
Conheça a história do nadador Gustavo Borges que nadou 5 anos no Corinthians e um currículo invejável
Um problema de bronquite aos 6 anos transformou a vida deste atleta num dos mais importantes nadadores não só do Tocantins, mas do Brasil, pois chegou ao título de campeão brasileiro derrotando um atleta de nível olímpico como Nicolas de Oliveira. Ganhou muitas medalhas no Campeonato Paulista de Natação, disputou a Copa do Mundo, e ainda permaneceu cinco anos entre os Top 8 da natação nacional e foi atleta da Hebraica e do Corinthians. Estamos falando de Gustavo Rodrigues Borges. Afinal, o que faz ele hoje. Cadê você? https://aloesporte.com.br/categoria/cade-voce/
Nascido em Goiânia, no dia 31 de maio de 1986, Gustavo Rodrigues Borges, o Gustavo Borges, é casado com Sara de Araújo Jacomo, e o casal tem dois filhos, o Caê (6 anos) e Gael (2 anos). É filho do engenheiro e desportista João Batista Borges e da advogada de formação e funcionária pública Neusa Maria Borges. Gustavo Borges reside em Palmas desde 1990. É proprietário da empresa que leva seu nome no ramo de Assessoria Esportiva. É triatleta. Hoje trabalha com esportes, na cidade que ama, com crianças, idosos, adultos e adolescentes.
História
Primeiramente, a família de Gustavo Borges veio para Palmas logo início da criação da cidade, em 1990, portanto, são pioneiros na Capital. Segundo ele, seus pais conseguiram arrumar emprego e vieram morar em Palmas. Como ele tinha problema de bronquite, os pais o colocaram na natação, numa Escolinha chamada Palmas Springs, localizada na antiga 12, próximo à Casa de Maria. E com apenas seis anos, ele deu início em sua trajetória vitoriosa.
Com nove anos começou a se destacar e ganhar tudo que vinha pela frente nas competições de natação realizadas no Estado. Ele recorda que nestes estaduais vinham muitos atletas de Gurupi, Araguaína e ouras cidades do interior para rivalizar com Palmas, que tinha outros quatro clubes. “Foi uma época muito rica no esporte, a natação eu diria de 1996 a 2000. Nós tínhamos vários atletas que se destacavam, mas me recordo, além da Camila Balasso, o Rafael Oliveira este cara foi fenomenal, que também é padrinho do meu filho”, destacou.
Ricardo Prado
Em 2002, Gustavo Borges disse que recebeu convite de Ricardo Prado para ir treinar na Hebraica. Prado foi considerado o maior nadador brasileiro da década de 1980. E como a tocantinense Camila Balasso (https://aloesporte.com.br/51648-2/), já estava lá no clube sendo treinada pelo Ricardo Parado, Borges disse que foi confiante para São Paulo.
Ele recorda que competindo em Palmas chegou a conquistar o título brasileiro nas categorias menores. E com as inúmeras conquistas, o nadador tocantinense acabou sendo pré-convocado para participar dos Jogos Olímpicos. Borges ressalta que, com dez anos, já tinha um projeto de natação, onde o sonho era sair de Palmas para ir morar em São Paulo e poder lutar por uma vaga às Olimpíadas.
Ele disse que sempre conversava com os pais sobre isso, mas esta possibilidade só aconteceu cinco anos depois. Conta ele que foi para São Paulo com o outro nadador e amigo Rafael Oliveira.
Apelido
Gustavo Borges conta que nunca teve apelido, mas quando chegou à cidade de São Paulo disse que foi morar com cerca de 300 atletas olímpicos (natação, atletismo, vôlei e judô), e ele era considerado boy, por ser nadador. Segundo ele, um contraste, pois freqüentava o Clube Hebraica. “Eu era totalmente oposto ao que eles me chamavam de playboy, mas porque eu vinha do Tocantins e fui considerado índio, mas depois eles pararam de falar isso”, comentou.
Morando na capital paulista ele conta que no primeiro ano, no primeiro semestre tudo foi muito difícil. Mas a partir do segundo semestre, mais adaptado conquistou uma medalha no brasileiro, algo que não ocorria há três anos. “Fiquei muito feliz com essa medalha, pois tinha a confiança do Ricardo Prado”, comentou.
Gustavo Borges destaca que ficou ao lado de Ricardo Prado durante dois anos, e somente aos 15 anos, ganhou seu primeiro salário como atleta profissional.
Apoio
Mas ele faz questão de trazer este apoio e incentivo para os tempos que nadou no Tocantins, em Palmas, lembrando que sempre a Ulbra, que incentivava muito o esporte, não só na natação, mais outras modalidades o ajudava. “Quero também agradecer o apoio que tive de patrocínio em Palmas do Caçulinha, Celtins, Encanel, Aço Ferro, da Marcopan Tintas Rener. Falo nestes patrocinadores porque eles foram muito importantes na minha vida”, comemorou.
Segundo Gustavo Borges, seu pai, o senhor João Borges recebia o dinheiro e colocava numa poupança em seu nome. Quando retornou para Palmas, com esta poupança conseguiu comprar um lote e, posteriormente, construir sua casa.
Com o Ricardo Prado, a parceria na Hebraica foi de apenas dois anos, pois Prado foi convidado para trabalhar no Comitê Olímpico Internacional (COI) e foi embora. Sem o treinador, Borges disse que foi um momento difícil na carreira. Ele conta que naquele ano havia recebido um convite para nadar no Corinthians, mas não aceitou, porque estava bem na Hebraica, mas com a saída de Prado, ele ligou para a direção da natação do Corinthians, para ir nadar no Timão, mas lá disseram que ele poderia ir, no entanto, sem receber salário. “Como tinha objetivo e era atleta de alto rendimento meu sonho era buscar uma vaga nas Olimpíadas e aí aceitei ir para o Corinthians, mesmo nesta condição”, comentou dizendo que se esforçou muito, pois quando saiu de Palmas sempre pensou desta forma.
Corinthians
No Corinthians, Gustavo Borges permaneceu por cinco anos. Segundo ele, tem muito carinho e respeito pelo clube, tanto que hoje o técnico do time principal da natação é padrinho do filho dele. “Sempre que vou para São Paulo nado com eles. O Corinthians tem atletas olímpicos. Sou bem recebido por lá e tudo isso acabou influenciado no meu trabalho que exerço hoje aqui em Palmas”, destacou.
Sua passagem pelo Corinthians não foi só de medalhas, ele conseguiu chegar à Seleção Brasileira. Foi sétimo colocado na Copa do Mundo. Travou belos duelos contra atletas de nível olímpico nas piscinas. Ele ressalta que o nadador Tiago Pereira, maior medalhista de todos os tempos dos Jogos Pan-Americanos, ex-recordista mundial dos 200 metros medley em piscina curta e medalhista olímpico em Londres (ING) era um dos principais rivais e outros sete na piscina brigando para ver quem chegava de segundo para trás, já que o primeiro lugar sempre era dele. https://esporte.ig.com.br/maisesportes/natacaoeaquaticos/2017-03-30/thiago-pereira-encerra-carreira.html
“O Corinthians me deu este espírito de equipe muito forte. Fiquei no clube e todo este tempo e tive possibilidade de sair, mas não, eu era identificado por lá, por isso tenho muito orgulho”, contou lembrando o episódio de quando chegou ao clube não lhe ofereceram salário e, mesmo assim, não ficou chateado e nem desistiu.
Oura lembrança memorável para Borges foi quando ganhou o Brasileiro de um nadador de nível olímpico, o Nicolas de Oliveira, nos 100 metros borboletas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Nicolas_Oliveira
TOP 8
Também teve a honra durante os cinco anos no Timão de fazer parte da nata da natação brasileira ficando entre os TOP 8 Final A. Segundo ele, a final A são os oito melhores do Brasil na modalidade. E neste período, ele conta que ficou na Final A sempre disputando boas posições como quinto, sétimo, atletas que tinham condições de se classificar para uma Olimpíada.
Parou de nadar
Gustavo Borges disse que chegou um momento da carreira que sentiu que era hora de abandonar as piscinas, pois não estava conseguindo chegar ao nível olímpico e daí ele mesmo começou a se questionar que era o momento de parar. “No melhor ano da minha carreira eu parei. Foi uma decisão difícil de abandonar um sonho. Foi difícil falar com técnico, com meu pai. Mas não foi uma decisão de um dia para noite foi algo que estava na cabeça por muito tempo e decidi, mais foi uma grande conquista e vitória passar por isso para ser o que sou hoje”, finalizou.
Perfil
Nome: Gustavo Rodrigues Borges
Natural: Goiânia (GO)
Data de nascimento: 31/05/1986
Pai: João Batista Borges: Engenheiro
Mãe: Neusa Maria Borges – Advogada de formação e funcionária pública
Casado: Sara Jácomo
Filhos: Caê 6 anos e Gael 4 anos