Ex-jogador do Palmas dá título do primeiro turno ao Grêmio

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Tricolor não joga bem, mas ganha decisão por 1 a 0, com golaço de Ferdinando, e encerra jejum de mais de mil dias sem erguer uma taça


Se não jogou bem, que jogue bem depois. Se ainda não é um time dos mais confiáveis, que ganhe solidez no futuro. Porque, neste domingo, o negócio era pegar uma taça, erguê-la e soltar o grito de campeão. E isso o Grêmio conseguiu. Com vitória de 1 a 0 sobre o Novo Hamburgo, no Olímpico, graças a golaço de Ferdinando, o Tricolor conquistou o título do primeiro turno do Campeonato Gaúcho e garantiu presença na decisão do Estadual. Fazia mais de mil dias que o clube não colocava uma faixa no peito.


 


O Estadual de 2007 havia sido o último caneco erguido pelo Grêmio. A pressão por títulos só podia ser grande, dado o tamanho do clube. Ao vencer a Taça Fernando Carvalho, o Tricolor ganha paz para trabalhar. Se também vencer o returno, a chamada Taça Fábio Koff, a equipe treinada por Silas será, automaticante, a campeão gaúcha de 2010.


 


O rendimento tricolor na final foi deste domingo foi apenas regular. O Novo Hamburgo, especialmente no segundo tempo, chegou a controlar o time da casa. Mas os visitantes não tiveram a mesma eficiência do Grêmio. Um lance raro de Ferdinando fez a diferença.


 


Golaço de Ferdinando. Justamente de Ferdinando…


 


No anúncio da escalação do time do Grêmio para a decisão, apenas um jogador foi vaiado por parte da torcida no Olímpico. E foi ele o autor do gol que colocou o time gaúcho na frente do Novo Hamburgo no primeiro tempo. Ferdinando, tão criticado, tão contestado, não usou a boca para calar os questionamentos. Usou as pernas. Com uma pancada aos 20 minutos, em cobrança de falta, ele pode ter começado a reescrever sua história no Grêmio. O goleiro Juninho mal viu a bola.


Foi um daqueles gols que são sinônimos de tranquilidade. O Tricolor, que ainda não havia conseguido controlar o Novo Hamburgo, ao menos pôde respirar um pouco. A produção anterior ao gol do volante havia sido fraca. Na única chance clara de gol, Borges mandou para a rede, mas teve sua alegria anulada por impedimento. De resto, só chutes por cima de Douglas. E alguma preocupação defensiva…


Afinal, o Novo Hamburgo mostrou qualidade. Trocou passes com precisão, tabelou de forma vertical, na direção do gol de Victor, e explorou bem o lateral-esquerdo Paulinho. O Anilado não teve grandes chances de gol até ser vazado por Ferdinando, mas rondou a área adversária, mostrou que estava presente em campo. Incomodou mais do que a torcida gremista gostaria.


 


O primeiro tempo pós-bomba de Ferdinando não teve panorama muito diferente. A vantagem não fez o Grêmio mudar sua postura. E o Novo Hamburgo, time consciente, não cometeu o erro de se jogar ao ataque de qualquer jeito. Com paciência, a equipe do Vale do Sinos criou duas boas oportunidades. Na primeira, Victor espalmou chute de Preto. Na segunda, Gustavo Papa cabeceou rente à trave.


O Grêmio, ofensivamente, esteve abaixo da produção dos últimos jogos no primeiro tempo. Douglas errou passes. Jonas criou boas jogadas, mas sem sequência. Hugo esteve discreto. Borges foi bem controlado pela zaga anilada – e, pior ainda, deixou o campo lesionado, com problema muscular.


 Novo Hamburgo assusta, mas não empata


 O Grêmio voltou morno no segundo tempo. O Novo Hamburgo, com Rodrigo Mendes no time, ficou mais ofensivo. E botou mais calor no time da casa. A vitória tricolor jamais esteve garantida. O Anilado cobrou preço alto pela perda do título.


Como aumentou o domínio de seu campo de ataque, o Novo Hamburgo teve repetidas chances de cruzamentos para os grandalhões Gustavo Papa e Cláudio Luiz. A zaga tricolor se virou bem pelo alto, mas não pôde conter todas as investidas do oponente. Rodrigo Mendes, em pancada de fora da área, quase empatou aos 12 minutos. A bola desviou em Maurício no meio do caminho. Victor salvou com o pé.


Parece estranho, mas o Grêmio, jogando em casa contra um time do interior, passou a jogar no contra-ataque. Em dois lances, teve chances de ampliar. Hugo, pela esquerda, bateu forte, cruzado, mas acertou a rede pelo lado de fora. Maylson (entrou no lugar de Jonas), ao receber lindo lançamento de Douglas, mandou o chute e viu a bola desviar na zaga antes de rumar para fora, perto da trave direita de Juninho.


 


Silas temeu o pior. E não se envergonhou em recuar o time. Chegou a colocar Adílson, um volante, no lugar de Douglas, um meia. Ainda longe do futebol que a torcida quer, o Grêmio manteve o título. E teve o direito, depois de 1.029 dias de jejum, de pegar uma taça, erguê-la e soltar o grito de campeão.


 


(Fonte:globo.com)