Nem os mais otimistas imaginariam tamanho equilíbrio na partida disputada entre as equipes de basquete em cadeira de rodas do projeto Reviver, que tem apenas cinco meses de experiência, e da Associação Gurupiense dos Amigos do Basquetebol (Agab), que existe há 18 anos. O jogo, o primeiro da história do time Reviver, aconteceu neste sábado, 13, na quadra do Centro Esportivo Militar do Corpo de Bombeiros (Cemil), localizado no Lago Sul, em Palmas, e terminou com o placar de 10 a 9 a favor dos visitantes.
Cestinha da partida com seis pontos, a jogadora da Agab Cida Araújo não escondeu o quanto se surpreendeu com a dificuldade que o time encontrou em quadra, mas comemorou o resultado positivo. “Foi muito bom ter este jogo. A gente estava treinando há muito tempo e queria voltar logo a jogar. Fiquei ainda mais feliz por ter sido a cestinha; eu gosto de tentar a cesta o tempo todo e consegui ajudar na vitória. O Reviver está de parabéns; foi um jogo difícil e isto nos surpreendeu um pouco. Tomara que eles sigam treinando, porque eles já são muito bons mesmo com pouco tempo de basquete”, destacou a ala.
Ala-pivô do Reviver, Cláudio Novaes saiu da partida entusiasmado com o comportamento da equipe em quadra e acredita ser possível se fomentar a vinda de novos atletas para o projeto. “A partida foi super-proveitosa; a apresentação de hoje mostrou que os treinos, realmente, estão se efetivando e foram mostrados em quadra, porque todos se comportaram muito bem no confronto contra um time muito mais experiente, terminando apenas com um ponto atrás no placar. Estamos no caminho certo; agora é nos dedicarmos ainda mais aos treinamentos até mesmo para fomentarmos a modalidade dentro da cidade, porque, quanto mais a gente fizer isto, mais pessoas tomarem conhecimento da equipe, mais praticantes podem surgir e fortalecer o nosso esporte”, afirmou o atleta.
Semeando esporte
Coordenadora do projeto Reviver, Soraia Tomaz era só alegria após o fim da partida e diz já sonhar com um campeonato da modalidade no estado. “O jogo foi incrível. Os meninos da Agab já têm excelência em quadra e nós nos reagimos muito bem contra eles. A partida foi um aprendizado para a gente, pois pudemos ver uma equipe de tão alto nível jogando e aprendemos coisas novas com ela. Mas, reforço que o time Reviver está de parabéns; todos os atletas participaram e a nossa esperança é que hoje a gente tenha plantado uma boa sementinha para que o basquete em cadeira de rodas cresça e se fortaleça dentro do estado para, quem sabe, a gente consiga realizar um campeonato da modalidade em um futuro não tão distante”, vislumbrou a educadora física.
Para a presidente da Agab, Larissa Azevedo Costa, a vitória no confronto não foi o que mais a alegrou, mas, sim, notar que a Agab ganhou um forte parceiro na promoção do esporte para pessoas com deficiência no Tocantins. “O placar do jogo foi o menos importante que vimos aqui. O desafio mais importante é aquele contra eles mesmos e, dentro disto, todos já são vencedores a partir do momento que decidiram se tornar atletas, superar as dificuldades físicas que têm e virar espelho para tanta gente. É isto que a Agab vem ajudando a fazer, há alguns anos, e o que o Reviver começou muito bem a fazer também. Eu acredito que não falta amor no mundo, falta quem ame. E projetos assim são realizados por pessoas dispostas a amar. Por isto, os resultados aparecem tão rápido e é muito importante que ações assim possam seguir ativas por muito tempo; e nós procuramos fazer isto acontecer. Apoiar tudo isto é fundamental, porque eles são modelos para que outras pessoas com deficiência sintam o valor do esporte na vida deles e procurem alguma atividade, seja o basquete ou outra que preferirem”, exaltou Índia, que é ex-alteta de basquete em pé. [Especial para o Alôesporte/Ascom Total / Fotos: Marcus Mesquita]