
O sonho de se tornar jogador profissional quase se concretizou para o jovem Eurílio de Amorim Próspero, natural de Palmas (TO). Ele iniciou sua trajetória nas categorias de base do Palmas Futebol e Regatas, passou por uma peneira no Goiás e recebeu convite para integrar o Gama, onde permaneceu por seis meses. Porém, ainda muito jovem, a saudade da família falou mais alto e Eurílio decidiu voltar para casa, reencontrando o aconchego do lar e da mãe.
A infância e o futebol no Taquaralto
A adolescência de Eurílio no bairro Taquaralto foi marcada por amizades e pela paixão pelo futebol. Ele começou no time de base com Valter Borges, que em 1997 assumiu a presidência do Palmas, e levou um grupo de garotos para fazer testes no Goiás. Entre os sete atletas levados, Eurílio e o goleiro Breno passaram. Breno permaneceu, por ter familiares em Goiânia, mas Eurílio retornou a Palmas por não ter estrutura de apoio para permanecer.
A tragédia no campo
Um dos momentos mais marcantes da sua passagem pelo futebol ocorreu em 1997, quando presenciou uma tragédia no campo da 1.106 Sul, em Palmas. Naquele dia, durante um treino da base do Palmas, um raio caiu no campo e atingiu o atleta Cláudio, conhecido como “Prego”, que infelizmente faleceu.
Eurílio relembra o episódio:
“Naquele dia, o técnico Zezé Vieira trocou eu e o Fábio, sobrinho do Denir Maurício. Nós éramos do Time B. O Zezé Vieira sempre revezava a gente. O Fábio era lateral-esquerdo, e o Zezé trocou: colocou eu na direita e o Fábio na esquerda. Quando o raio caiu, atingiu o Prego e o Fábio, porque o Prego, que era meia, veio na direção da bola. Infelizmente o Prego faleceu, mas o Fábio conseguiu sobreviver. Foi um livramento, porque era para eu estar marcando o Prego.” Mesmo abalados, Zezé Vieira reuniu o grupo e decidiu que o time seguiria no campeonato, jogando a próxima partida em Porto Nacional.

Passagem pelo Gama
Após continuar treinando na base, em 1998 Eurílio recebeu liberação de Valter Borges para se transferir para o Gama, onde ficou por seis meses. A saudade da família, no entanto, o trouxe de volta a Palmas, onde voltou a treinar no Palmas sob o comando de técnicos como Neuram, Edinho, Lalá, Jailson, Quezado, Arismar e Zezé Vieira.

Encerramento no futebol
Mesmo com oportunidades e promessas de uma carreira no futebol, em 2000 Eurílio decidiu encerrar sua trajetória nos gramados. Tentou retornar em 2002, jogando pelo São José, mas logo pendurou as chuteiras.

“Tinha tudo para seguir, mas as circunstâncias da vida me levaram por outros caminhos. Fui trabalhar, me formei na faculdade em 2002/2003 e iniciei minha carreira profissional na área de gestão, implantando sistemas e organizando departamentos em algumas empresas,” explica.
A mudança para a França
A preocupação com o futuro das filhas – hoje com 15 e 13 anos – e o desejo de oferecer uma vida melhor à família motivaram Eurílio a se mudar para a França. Lá, ele iniciou uma nova fase profissional, atuando na área de restauração de monumentos históricos e artesanato, profissão na qual se especializou e conquistou reconhecimento.
“Aqui na França, o trabalho de preservação do patrimônio histórico é muito valorizado, parecido com o que o IPHAN faz no Brasil, mas com várias empresas privadas atuando diretamente na conservação,” destaca.
Além da restauração, Eurílio também empreende no ramo de turismo, com a agência Laceci Viagens – https://www.instagram.com/laceciviagens?igsh=MWJxMXdnbzgyNGg4bQ%3D%3D , que organiza viagens nacionais e internacionais, com atendimento em Palmas e suporte na França, Portugal, Itália e Espanha.
“Hoje realizamos sonhos, levando pessoas para conhecer novos lugares, e também recebemos turistas brasileiros aqui na Europa. Em Palmas, temos um parceiro que atende quem deseja conhecer o Jalapão e outras belezas do Tocantins e do Nordeste,” afirma.
Memórias e gratidão
Eurílio relembra com carinho amigos e colegas de jornada, como o finado Lima, Bigode, que morava ao lado em Palmas, e o técnico Zezé Vieira. Também recorda que, na época em que Carlos Magno assumiu o comando, não chegou a subir para o profissional, mas treinou por um período unto com os profissionais.
“Lembro também do seu Luís, pai do Luquinha (jogador Lucca), que na época estava no infantil, iniciando a transição para o juvenil. Depois disso, foquei nos estudos e na carreira profissional, trabalhando 18 anos na mesma empresa, passando por setores como financeiro, contas a pagar e estoque, até consolidar minha trajetória,” conclui.
PERFIL
Nome completo: Eurílio de Amorim Próspero
Data de nascimento: 13 de agosto de 1982
Idade: 42 anos
Posição em que atuava: Lateral-direito
Clubes por onde passou: Palmas Futebol e Regatas (categorias de base), Taquaralto, Goiás e Gama