Brasil ganha da Itália e dá fôlego para Dunga

0
131

Era um amistoso, mas não como os outros. Ontem, no Emirates Stadium, em Londres, a seleção brasileira tinha a pressão de desequilibrar em seu favor a disputa histórica com a Itália, com quem, em 12 jogos disputados até então, partilhava idênticas cinco vitórias e 19 gols (foram dois empates, inclusive no último encontro, em 1997). O resultado foi melhor do que esperado: o Brasil mostrou talento e aplicação suficientes para envolver a atual campeã do mundo e vencer por 2 a 0, dando fôlego ao técnico Dunga, mesmo com a sombra do agora desempregado Felipão.


Foi o início da temporada para o time brasileiro. Na sequência do ano, estão programados oito partidas pelas Eliminatórias, mais três ou quatro amistosos e a Copa das Confederações, em junho, na África do Sul. Como não convenceu até agora, em pouco mais de dois anos à frente da seleção, Dunga terá que mostrar trabalho e competência a cada jogo, se quiser chegar ao Mundial de 2010 como treinador do Brasil.


Mas Dunga começou bem a temporada 2009. Com o resultado de ontem, o Brasil passou a ter vantagem no duelo histórico com a Itália, com seis vitórias e cinco derrotas em 13 confrontos. Ainda assim, brasileiros e italianos, os dois últimos campeões mundiais, terão novo encontro neste ano, durante a primeira fase da Copa das Confederações, no dia 21 de junho, em Pretoria, na África do Sul.


Sem Anderson, Kaká e Luís Fabiano, titulares que foram cortados por contusão, Dunga surpreendeu na escalação. Optou pelo estreante Felipe Melo para formar o meio-de-campo com Gilberto Silva, Elano e Ronaldinho Gaúcho. Do outro lado, o técnico Marcello Lippi também inovou na seleção da Itália, deixando de fora jogadores como Perrotta, Camoranesi e Luca Toni – assim, deu chance para Pepe, Montolivo e Gilardino.


Escolhas
No começo, quem parecia ter feito as melhores escolhas era o treinador italiano. Logo aos quatro minutos, o lateral Grosso recebeu passe dentro da área e chutou para fazer o gol, mas o árbitro inglês Mike Riley anulou o lance, apontando impedimento. A partir daí, porém, o domínio foi todo brasileiro. E os gols não demoraram para sair.


Aos 12 minutos, uma bonita troca de passes resultou no primeiro gol brasileiro. Ronaldinho Gaúcho tocou para Elano, que recuou para Robinho. Robinho, então, enfiou a bola para Elano, sozinho, deslocar do goleiro Buffon e fazer 1 a 0. A Itália sentiu o golpe, ficou desnorteada em campo e facilitou a vida do time do Brasil. Assim, o segundo gol veio aos 26 minutos. Cérebro da seleção italiana, Pirlo vacilou na entrada da área e perdeu a bola para Robinho. O atacante brasileiro, então, partiu para cima do lateral Zambrotta, deu uma pedalada, cortou para o lado e bateu colocado, longe do alcance do goleiro Buffon. No segundo tempo, Marcello Lippi mexeu bastante no time italiano, e a Itália melhorou. Mas o Brasil se fechou e segurou o resultado.


Ficha técnica 
Brasil:
Julio César; Maicon, Juan (Thiago Silva), Lúcio e Marcelo; Felipe Melo, Gilberto Silva (Josué), Elano (Daniel Alves) e Ronaldinho; Robinho (Júlio Baptista) e Adriano (Alexandre Pato) – Técnico: Dunga
Itália: Buffon; Zambrotta, Cannavaro, Legrottaglie e Grosso; Pirlo (Dossena), De Rossi (Aquilani), Pepe (Perrotta) e Montolivo (Camoranesi); Di Natale (Rossi) e Gilardino (Toni). Técnico: Marcelo Lippi
Gols – Elano, aos 12, e Robinho, aos 26 minutos do primeiro tempo.
Árbitro – Michael Riley (Inglaterra) –
Público:60.777 espectadores.
Local: Emirates Stadium, em Londres (Inglaterra).