Aos 35 anos, Nalbert sai de cena e põe fim a uma trajetória repleta de conquistas

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Ex-capitão da seleção brasileira de vôlei decide encerrar a carreira


Em quase duas décadas de dedicação ao vôlei, sobram conquistas e boas histórias. Além dos títulos, o torcedor se acostumou a ver a corrida de braços abertos nas comemorações e até a mania de puxar o short. Mas chegou a hora de colocar um ponto final na trajetória. Sem alarde, como se apenas virasse uma página, Nalbert resolveu fechar um currículo repleto de grandes momentos. A menos de duas semanas de completar 36 anos, o capitão sai de cena.


”Até dói o coração dizer isso, mas chegou a hora de parar. O atleta é movido por desafio e metas. Hoje, sinto que não tenho mais metas a perseguir” explicou Nalbert.


 
O ouro nos Jogos Olímpicos de 2004 foi o ponto alto de uma carreira marcada por grandes conquistas Boas recordações não vão faltar para o carioca Nalbert Tavares Bittencourt. Ao longo dos últimos 19 anos, o ponteiro sorriu com medalhas, chorou no alto do pódio e, acima de tudo, venceu. Em todos os níveis. Foi o único jogador campeão mundial em três categorias: infanto-juvenil (1991, aos 17 anos), juvenil (1993, aos 19) e adulto (2002, aos 28). Limitar-se ao papel de coadjuvante não era a dele. Ao contrário, tornou-se um dos maiores nomes da Era Bernardinho, como capitão de uma geração vitoriosa.


A comemoração característica, com os braços abertos, vai deixar saudades nos torcedores O atleta que agora se afasta dos holofotes sempre esteve acostumado a ser o centro das atenções. Até a pronúncia do nome foi discutida publicamente. A mãe, Dona Dilce, foi à televisão, descartou o ?Nálbert? e pediu que as pessoas carregassem na última sílaba, citando ?colher? como exemplo.


Quando começou a despontar no vôlei, o atacante logo teve de aprender a abraçar oportunidades. Em 1991, tinha 17 anos quando recebeu o chamado para a seleção brasileira. Na primeira competição, levantou a taça e foi eleito o melhor jogador. Aos 23, já tinha virado capitão, posto que manteve durante oito anos.


Como quase sempre acontece com os atletas, no entanto, a carreira não se construiu apenas com momentos de alegria. Dois anos após o título mundial de 2002, Nalbert rompeu um tendão do ombro esquerdo. A cirurgia aconteceu poucos meses antes das Olimpíadas de Atenas, e tudo levava a crer que o Brasil entraria em quadra sem o seu líder. Nada disso. Desmentindo prognósticos médicos, o atacante se juntou ao grupo e arrancou a medalha de ouro na Grécia.


 


Um salto para a areia


O acúmulo de conquistas fez o jogador buscar desafios fora da quadra. Mais precisamente, na areia. Em 2005, ele formou uma parceria com Guto e migrou para o vôlei de praia, onde ficou por um ano. O parceiro em 2006 já era Luizão, quando Nalbert, inquieto, decidiu fazer o caminho de volta. A rápida readaptação à quadra o levou de volta a um ambiente familiar: a seleção.


A rotina de títulos continuou. Em 2007, Nalbert faturou a Liga Mundial, garantindo mais um título à Era Bernardinho. No mesmo ano, ele queria disputar os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, para colocar na estante o único título que lhe faltava. Não foi o que aconteceu. Em plena forma aos 33 anos, o ponteiro sofreu um estiramento na parte posterior da coxa esquerda e não pôde disputar o torneio em sua cidade natal.


A recuperação se desenhou com a assinatura de contrato com o Minas – seu sétimo clube na carreira de jogador profissional – para disputar a Superliga, mas não antes de uma provação. No início dos treinamentos, Nalbert sofreu uma grave lesão no ombro direito. Em agosto de 2007, foi para a mesa de cirurgia e ficou oito meses afastado das quadras. A volta aconteceu na decisão do torneio nacional, com emoção de sobra ao ser aplaudido até por torcedores adversários.   


  


A CARREIRA DE NALBERT Clubes pelos quais passou 
1994 a 1997 / 2004 a 2005 – Banespa
1997 a 1999 – Olympikus
1999 a 2001 / 2002 a 2004 – Macerata (Itália)
2001 a 2002- Panasonic (Japão)
2007 – Modena (Itália)
1992 a 1994 / 2007 a 2008 – Minas
Principais títulos 
1991 – Campeão mundial com a seleção infanto-juvenil
1993 – Campeão mundial com a seleção juvenil
2001 – Campeão da Liga Mundial com a seleção brasileira
2002 – Campeão mundial com a seleção brasileira
2003 – Campeão da Liga Mundial com a seleção brasileira
2003 – Campeão da Copa do Mundo com a seleção brasileira
2003 – Bronze no Pan-Americano de Santo Domingo com a seleção brasileira
2004 – Campeão Olimpico Jogos Olimpicos de Atenas com a seleção brasileira
2006 – Prata nas etapas de Curitiba e de João Pessoa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia (ao lado de Luizão)


(Fonte:Globo.com)