Garoto do TEC que mora em uma Aldeia Indígena é destaque no Estadual Sub-19 e sonha ser jogador profissional

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Jogador Marinho do TEC e sua esposa na Aldeia Apinajé, em Tocantinópolis – Divulgação

Garoto do TEC que mora em uma Aldeia Indígena é destaque no Estadual Sub-19  e sonha ser jogador profissional

A história e o sonho de muitos garotos de um dia ser jogador de futebol de um grande time existe por todos os cantos do Brasil e do Mundo. E na Região do Bico do Papagaio, mas precisamente na cidade de Tocantinópolis, o sonho do garoto Francimário Pereira, mas conhecido como Marinho não é diferente.

Mas o sonho dele vai além, pois há cerca de um ano ele casou-se com indígena da etnia Apinajé e precisa percorrer todo dia, cerca de 84 km (42 para ir e 42 para voltar), entre treinar, jogar e retornar para Aldeia Apinajé, e depois ainda estudar no período da noite. Mas todo este sacrifício tem nome: ser jogador de futebol.

futebol
Indígena Romílson (E) e Marinho: juntos viajam 84 km por dia (ida e volta) para treinar e jogar pelo TEC – Arquivo Pessoal/ Divulgação

Tocantinópolis
Nesta luta árdua e por um objetivo, Marinho já vem escrevendo seu nome no time de base do Tocantinópolis. Mesmo atuando como primeiro volante do time de base do TEC, ele já balançou as redes dos adversários, cinco vezes.

Marinho joga com a camisa 5, mas é um dos artilheiros do TEC no Campeonato Estadual Sub-19 – Divulgação

Ele é um dos artilheiros do TEC no Campeonato Estadual Sub-19 e que vai disputar a terceira fase do mata-mata, em jogos de ida e volta diante do Palmas. O jogo de ida é no próximo sábado (12), no Estádio Nilton Santos valendo vaga para a semifinal da competição. Depois tem a partida da volta em Tocantinópolis.Marinho é irmão do jogador Elisfran que joga hoje no Santo André (SP).

Força de vontade
Marinho há cerca de dez dias teve sua moto apreendida pela PM de Tocantinópolis durante uma blitze, pois como ainda é de menor não possui carteira de habilitação. Com isso, agora Marinho tem no pai a esperança de não interromper o sonho de ser jogador, já que o pai é quem está levando ele para os treinos fazendo os mesmos 84 km (ida e volta) entre Tocantinópolis e a Aldeia Apinajé para que o garoto possa realizar os treinos e à noite poder estudar. Além de Marinho, outro jogador que o acompanha todos os dias é o indígena Romílson, que é da etnia Apinajé.

Elisfran (E), Francisco e Marinho – pai ao lado dos filhos – Divulgação

Para o presidente do TEC, Vagner Novais, este exemplo de superação do garoto Marinho serve de incentivo para aqueles meninos que ainda estão desanimados na vida, pois no dia a dia do atleta Marinho, talvez, muitos já tivessem desistido do sonho. “Deus está abençoando o garoto, que mesmo não sendo atacante e apenas volante vem sobressaindo e fazendo gols. Marinho é um exemplo a ser seguido pelos jovens”, finalizou o presidente do TEC.

Pai, mãe e os filhos sempre juntos: amor inseparável – Divulgação

Irmão joga no Santo André
O irmão de Marinho, o meia-atacante Elisfran, jogador do Santo André (SP) disse que o relacionamento deles é muito legal, pois sempre estão tocando informações. “Mesmo longe eu estou sempre com ele ajudando no que for preciso e sempre dando conselhos para que ele conquiste o objetivos dele”, comentou Elisfran.

jogador
Irmão de Marinho, o jogador Elisfran tem contrato com Santo André até o final de 2021 – Divulgação

No final do ano passado Elisfran sofreu uma lesão no joelho e teve que passar por uma cirurgia. Nos últimos sete meses de dezembro a julho, vinha realizando a fisioterapia, mas se recuperou e se apresentou ao clube do ABC Paulista em julho com o elenco profissional, onde agora está disputando a Copa Paulista pelo time profissional. Elisfran tem contrato com Santo André até o final de 2021.

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