Qual seria a idade ideal do árbitro de futebol ao entrar na CBF?

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Na Inglaterra os árbitros atuam até os 48 anos de idade, pois sua experiência é muito valorizada
Alberto Inácio*



Mais uma vez o futebol brasileiro, mais especificamente a arbitragem, vem sofrendo com as decisões, sem fundamento dos seus dirigentes. Recentemente foi vinculado na imprensa nacional que por determinação da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a idade máxima para o árbitro fazer parte do quadro nacional, seria reduzida de 35 para 30 anos. Obviamente há ali profissionais formados nas mais diversas áreas, contudo nenhuma fundamentação cientifica ou mesmo teórica foi apresentada para dar suporte a tal mudança. Esta se de fato vier a ocorrer irá, sem dúvida, prejudicar e frustrar inúmeros indivíduos que escolheram seguir a carreira de árbitro e, que pretendiam, algum dia, adentrar ao quadro de árbitro da entidade maior do futebol brasileiro.


Para compor o quadro de árbitros da CBF é exigida a idade mínima de 21 anos e algum tempo de arbitragem. Surge a questão: que experiência tem uma pessoa com 21 anos para compor o quadro nacional de árbitros? Mas se formos buscar na história do futebol, não era raro encontrarmos árbitros que nem bem terminaram o curso de arbitragem nas Federações Estaduais e já eram indicados, imediatamente, para compor o quadro da CBF, sem critério algum. Assim, como vemos, ainda hoje há árbitros no quadro da CBF somente para fazer número, pois raramente são escalados para arbitrar algum jogo. A falta de critérios claros e sérios para selecionar árbitros levou a CBF no ano de 2006, de uma vez só, reduzir seu quadro de árbitros em 30%, sendo que no ano seguinte, mais 10% destes foram eliminados. A razão principal para tal ação foi devido aos vários escândalos envolvendo a arbitragem. Agora, mais uma vez, estamos ouvindo a CBF restringir a entrada de árbitros com mais experiência no seu quadro, objetivando reduzir ainda mais, visando melhorar a arbitragem. Novamente, não há critérios claros e fundamentados nos quais a entidade maior do futebol brasileiro baseia-se para reduzir seu quadro de árbitros. Na realidade, os árbitros são indicados com os mais diversos interesses, sendo exigidos destes apenas ter sucesso no teste físico, que ninguém sabe como foi criado e, que até a comissão de arbitragem da CBF, sem qualquer fundamentação científica, promove mudanças no mesmo. Já discutimos este tema em artigos anteriores e mais a frente vamos retomá-lo.


Hoje, como exigência para o árbitro permanecer na RENAF, eles deverão ser aprovados no teste físico, apresentar certidões negativas dos cartórios de distribuição criminal e civil da Justiça federal e estadual, do SPC e Serasa, atestado de antecedentes criminais da Secretaria de Segurança Pública, comprovante de trabalho, rendimento e de residência. Alguém que tenha estudado alguma coisa no futebol ou principalmente na área da arbitragem pode acreditar que isso seja fundamento suficiente para que uma pessoa tenha um bom desempenho em sua carreia de árbitro? Serran (19–) advoga que um bom árbitro precisa reunir tantas qualidades que normalmente não são exigidas aos comuns mortais para cargos bem mais remunerados. Entre elas estão a serenidade, equilíbrio, profundo conhecimento das regras, bom senso, rapidez de raciocínio, bom preparo físico e em doses maiores e a ajuda de Deus.


Na verdade o que a Comissão de arbitragem exige dos árbitros, mais do que tudo, são vários documentos que se fossem exigidos da maioria das pessoas que estão envolvidas na direção e administração do futebol brasileiro, grande parte teria que dar adeus ao meio futebolístico. Para isso, basta lermos os relatórios da CPI do futebol, àqueles aprovados no senado por 12 votos a zero, ou seja, por unanimidade, os senadores pediram o indiciamento de 17 indivíduos, entre eles, presidentes de clubes, presidentes de federações e, é claro, o presidente da entidade maior do futebol brasileiro (Da SILVA, 2008), que após o último escândalo disse que iria tomar medidas para moralizar a arbitragem.



(Fonte: www.universidadedofutebol.com.br)