Tião Pinheiro
Palmas
De volta pra casa, a Seleção Brasileira de Futebol da Era Dunga nos faz também voltar à realidade, às dores dos desabrigados pelas chuvas, aos malabarismos para driblar as dificuldades diárias e à luta incessante pelo sonho do feliz.
De volta pra casa, a Seleção Brasileira do estagiário Dunga nos faz também descer das nuvens, voltar às disputas eleitorais da Era Ficha Limpa em que pretensos salvadores da pátria se contorcem na tentativa de provar que não são da Era Ficha Suja.
De volta pra casa, a Seleção do teimoso Dunga nos transporta de volta à realidade, à convicção de que mais que o outrora respeito pela Amarelinha, há que se priorizar o talento, há que se jogar futebol. Em campo, somos todos iguais e, traiçoeiras Jabulanis à parte, a arte do drible, o alvo do chute e o suor do esforço deveriam ser fatores de materialização do malfadado sonho do Hexa.
De volta pra casa, a Seleção do mal humorado Dunga nos faz também voltar à realidade, à constatação de que mais que um negócio, o futebol deve ser motivo de encontros e de paz em vez de apenas instrumento de manipulação e de manobras.
De volta pra casa, a Seleção do sisudo Dunga nos faz ainda voltar à realidade, à convicção de que entre o time de um e o time de todos, preferimos festejar a vitória ou sofrer o insucesso do segundo – o time do torcedor.
De volta pra casa, a Seleção Brasileira de Futebol nos faz voltar à realidade, nos faz retomar a construção do mesmo sonho do Hexa, que nos próximos quatro anos nos fará voltar a torcer, a encher o peito, a nos pintar de verde e amarelo e a acreditar na grandeza do nosso alegre e pentacampeão futebol.
Sem a Dungaceira* de uma era pra ser esquecida, sem as lambanças de um time sem brilho e sem a teimosia de um comandante sem norte.
Braasiill!
*Bagaceira do Dunga.
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